Pesquisadores norte-americanos desvendam mistérios do hormônio da fome

09-01-2011 21:33

Descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para a perda de peso e doenças cardíacas

 

 

Novas descobertas realizadas por pesquisadores do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas (UT) podem desvendar os mistérios do chamado "hormônio da fome" que afeta vários sistemas biológicos, incluindo a prevenção da sensibilidade à insulina e promover a sobrevivência celular.

Os resultados sobre o funcionamento do hormônio adiponectina poderia, eventualmente, levar a novos tratamentos para problemas que vão desde a perda de peso, diabetes, até doenças cardíacas e câncer.

"Até agora, não havia uma relação evidente entre todos esses fenômenos diferentes", disse o doutor Philipp Scherer, professor de medicina interna e biologia celular e autor sênior do estudo.

Neste estudo, os pesquisadores usaram modelos de suicídio celular induzido em ambas as células beta do pâncreas que produzem insulina e cardiomiócitos - células musculares específicas, localizadas em uma parte do coração conhecida como o miocárdio - para determinar como um único hormônio é capaz de exercer influências diferentes.

"Este estudo mostra que o tema comum entre todas estas diferentes atividades assenta na interação da adiponectina com um subconjunto específico de lipídios, conhecido como ceramidas", disse Scherer.

As ceramidas são uma família de moléculas lipídicas conhecidas por promover o suicídio celular, ou apoptose. Altos níveis de ceramidas foram relacionados a promoção do diabetes, por sabotar as vias de sinalização induzida por insulina e matar as células beta.

Quando os pesquisadores introduziram adiponectina nas células, descobriram que o hormônio provoca a conversão de ceramidas de uma força destrutiva em algo que ajuda as células a sobreviverem e inibe a morte celular.

"A adiponectina fornece essencialmente uma reforma deste primo feio", disse Scherer.

Doutor William Holland, autor principal e pós-doutorado em medicina interna, disse que as novas descobertas têm implicações para o tratamento de inúmeras doenças, incluindo diabetes e câncer.

"Uma beleza deste estudo é que os resultados foram encontrados tanto nos modelos animais, quanto in vitro", disse Holland. "Fomos capazes de mostrar com estes modelos de apoptose na célula beta e do coração pode proteger as células da morte celular com adiponectina".

A adiponectina não só controla a sensibilidade à insulina, mas também é conhecida por desempenhar um papel essencial no metabolismo e obesidade. Pesquisas anteriores mostraram que quando os níveis de adiponectina são altos, o corpo armazena o excesso de gordura nos adipócitos, ou células de gordura, para proteger contra a fome. Esses depósitos de gordura se encontram, principalmente, no tecido subcutâneo.

Quando uma pessoa acumula mais gordura, no entanto, os níveis de adiponectina declinam. Uma vez que os níveis de adiponectina começam a cair, o corpo começa a armazenar gordura em locais perigosos, tais como coração, fígado e tecidos musculares - onde pode causar inflamação e abrir caminho para a doença cardíaca.

Por isso os investigadores acreditam que os níveis de adiponectina poderiam ser um bom preditor do risco de desenvolver diabetes, doenças cardíacas ou câncer.

Em geral, as novas descobertas "endossam a ideia de que a adiponectina é muito importante e, provavelmente, um manipulador chave dos níveis de lipídios", cocluiu Scherer.

Fonte: Isaude.net